Oioioi! Eu tô bem e você?
Estou de férias — na medida em alguém desempregado pode se considerar assim — e a caminho do primeiro carnaval recifense de minha vida. Alcoolizado e feliz, indo pra minha cidade viver um momento incrível.
Passei uns dias em Natal, com meus pais, descansando. Para aproveitar o carnaval direitinho é necessário descansar bastante. Fiz isso. Resolvi experimentar a festa recifense, apesar do meu amor preferir ficar na cidade em que nos conhecemos e moramos juntos.
Sempre quis, desde que passei a me entender por gente, ir pra Olinda e Recife no carnaval. Eu me mudei de Pernambuco aos 13, dois dias depois fiz 14. Evangélico nível máximo, tóxico. Resolvi que esse ano seria o ano.
Tenho dessas coisas porque sou escritor. Se tivesse abdicado disso, talvez abraçasse a realidade comum. Aquela que o capitalismo reina e a gente pensa apenas em como teremos grana pra pagar o que nos apetece. A vida seria mais fácil? Talvez!
Estou indo pra Olinda, bebendo e me divertindo. E pensando no que assisti nesses dias.
Tem três tipos de filmes e seriados: aqueles que queremos ver juntos; aqueles que Alex já viu e podemos ver juntos, mas que ele pode dormir no meu colo, enquanto faço carinho no cabelo dele; e aqueles que ele tem zero interesse e eu prefiro ver quando não estou com ele.
No momento estou alternando entre dois seriados: True Blood (que, após American Horror Story, virou meu seriado de ver com ele dormindo no meu colinho, porque ele já assistiu) e True Detective (cuja primeiro temporada já vi e estou revendo, que ele não tem a mínima intenção de ver). Duas séries com “verdade” no título, falando com alguém que passou boa parte da vida sendo doutrinado sobre o que seria “A Verdade”.
(Tudo que escrevi acima foi bebinho no busão.)
Tem mais semelhanças que isso. Ambas se passam na mesma região (Shreveport, acho, é um nome de cidade que sai da bocas dos personagens direto — é o lugar onde fica o Fangtasia, o bar dos vampiros) e observam atentamente a religiosidade do povo do Sul dos EUA, meio caminho andado pra suspensão da descrença em meio aos elementos fantásticos das reviravoltas do roteiro.
Decidi que vou focar em True Detective e parei de maratonar avidamente True Blood só porque quero ter algo fácil de assistir com meu preto quando voltar pra casa. Tô morrendo de saudade dele. Nem me aguento de saudade
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Rolê preferido da semana: estar no mesmo ônibus que um monte de entusiastas do carnaval.
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Estou assistindo: True Blood (continuo vendo, mas sem maratonar), A morte e outros mistérios (entediante, mas vejo ao mesmo tempo que o meu amor, então vemos juntos) e True Detective (resolvi rever pra ver a nova temporada: Jodie Foster!).
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Lendo: Três, de Valérie Perrin (tradução de Julia Sobral Campos); Dead until dark, de Charlaine Harris, ambos bem aos pouquinhos.
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Ouvindo: muita marchinha, frevo e batuque de maracatu.
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Recomendo: do nada veio “Modo turbo” na cabeça e lembrei de Carol Chiovatto, que tem uma newsletter massa, cê sabia? Pois fique sabendo!
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E não é que rolou escrever indo pra Olinda? No celular? Tô abismado! Nem reli o que escrevi bebinho, só mandei bala, espero que tenha feito sentido.
Um cheiro carnavalesco, direto da BR e direto do meu quarto em Olinda,
Arthur Tertuliano